O Dízimo na Nova Aliança
1. O Dízimo na Velha Aliança
- O que era o dízimo?
O dízimo era a décima parte de tudo o que o povo de Israel produzia, e estava diretamente relacionado à obediência à Lei Mosaica (Levítico 27:30, Deuteronômio 14:22). Era uma ordenança com o propósito de sustentar o serviço no templo, os sacerdotes e os levitas (Números 18:21), além de cuidar dos necessitados (Deuteronômio 14:28-29).
- Parte da aliança mosaica
Na Velha Aliança, o dízimo era parte de uma série de leis e ordenanças que visavam manter Israel em conformidade com a vontade de Deus. Havia um caráter obrigatório, vinculado diretamente à bênção ou maldição, conforme a obediência do povo (Malaquias 3:10). Era uma medida da justiça na vida comunitária de Israel.
2. O Dízimo Antes da Lei Mosaica*
- Prática voluntária de fé
Antes da Lei, o dízimo já aparecia como uma prática de fé e gratidão. Abraão deu o dízimo a Melquisedeque (Gênesis 14:18-20), e Jacó fez um voto de dar o dízimo a Deus (Gênesis 28:22). Esses exemplos mostram que, antes da obrigatoriedade legal, o dízimo era uma expressão de devoção e confiança em Deus.
- Prova de fé e reconhecimento de soberania
Para Abraão e Jacó, o dízimo não era uma imposição, mas uma resposta à graça e às promessas de Deus. Isso nos aponta para a motivação correta da oferta: gratidão e dependência de Deus, sem o peso da obrigação legal.
3. O Dízimo na Nova Aliança: Uma Questão de Coração e Fé
- Fim da obrigatoriedade legal
Com a vinda de Cristo e a inauguração da Nova Aliança, os crentes já não estão sob a Lei de Moisés, mas sob a graça (Romanos 6:14). A obrigação legal de dar o dízimo como parte de um sistema sacerdotal e levítico cessou, pois o sacrifício de Cristo cumpriu a Lei (Hebreus 7:18-22).
- Oferta voluntária e generosa
Na Nova Aliança, a ênfase não está na quantia, mas na disposição do coração. Paulo orienta os cristãos a darem conforme propuseram em seus corações, sem pressão ou culpa, mas com alegria e generosidade (2 Coríntios 9:7). Aqui, o dízimo não é uma imposição, mas uma expressão livre de adoração, gratidão e fé.
4. O Princípio de Mordomia Cristã
- Tudo pertence a Deus
Tanto na Velha quanto na Nova Aliança, o princípio de que tudo pertence a Deus permanece. O crente, como mordomo dos bens que Deus lhe confiou, é chamado a administrar seus recursos com sabedoria e generosidade, reconhecendo que Deus é o dono de tudo (Salmo 24:1).
- Dar com propósito e intenção
O dízimo, ou qualquer oferta, deve ser dado com propósito. A contribuição voluntária serve para o sustento da obra de Deus, o auxílio aos necessitados e o avanço do evangelho. Não se trata apenas de cumprir um ritual, mas de participar da missão de Deus no mundo.
5. Aplicação Prática: Como Vivemos Esse Princípio Hoje?
- Liberdade na contribuição
A Nova Aliança nos liberta da obrigação de dar um percentual fixo. Somos chamados a dar com generosidade, proporcionalmente ao que recebemos (1 Coríntios 16:2).
- Generosidade como fruto da fé
Nosso padrão de doação não é mais a Lei, mas o exemplo de Cristo, que se deu completamente por nós. Portanto, somos desafiados a ser generosos, não por compulsão, mas como resposta à graça que recebemos.
- Responsabilidade com a igreja e com os necessitados
A igreja continua a ter necessidades financeiras, e os crentes são chamados a sustentar essa obra, mas sempre em espírito de liberdade e alegria, não por coerção ou medo de maldição.
Conclusão
Na Nova Aliança, o dízimo deixa de ser um mandamento legal e se torna uma expressão de fé e generosidade. Não damos porque somos obrigados, mas porque reconhecemos que Deus é o provedor de tudo o que temos. Ao contribuirmos, fazemos isso com o coração cheio de alegria e gratidão, sabendo que estamos participando do propósito de Deus para o mundo.
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