A Revelação Suprema de Deus
Texto Base: Hebreus 1:1-2
“Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo.”
1. Deus sempre se revelou ao Seu povo
Desde o início, Deus nunca esteve distante de Sua criação. Ele sempre falou, se comunicou e revelou Sua vontade ao longo das eras. O texto de Hebreus começa destacando isso claramente: "Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas".
Deus se revelou ao Seu povo de forma progressiva no Antigo Testamento. Isso significa que a revelação de Deus foi acontecendo gradativamente, à medida que o plano da redenção se desenrolava. Ele falou "de muitas maneiras", o que inclui visões, sonhos, teofanias, e, especialmente, por meio dos profetas, que eram Seus porta-vozes. O conteúdo dessas revelações sempre apontava para um propósito maior: o cumprimento da promessa de redenção em Cristo.
Exemplo: O profeta Isaías, por exemplo, falou sobre o Messias de maneira tão clara que, mesmo séculos antes de Jesus nascer, ele já predisse a vinda de um Salvador que sofreria pelos pecados do Seu povo (Isaías 53). Esses profetas eram instrumentos da revelação de Deus, trazendo Sua mensagem em tempos e circunstâncias específicas.
2. Cristo é a revelação final e completa
O ponto crucial deste texto em Hebreus é a transição da revelação "aos pais, pelos profetas" para a nova e definitiva revelação "pelo Filho". O versículo 2 declara: “nestes últimos dias, nos falou pelo Filho”. Aqui, o autor destaca que, com a vinda de Cristo, há uma mudança na forma como Deus se revela.
Enquanto no passado Deus falou por meio de intermediários, como os profetas, agora Ele se revela diretamente por meio de Seu próprio Filho, Jesus Cristo. Isso significa que Cristo é a culminação da revelação divina. Ele não é apenas um mensageiro; Ele é a própria mensagem de Deus ao mundo. Ele é o Verbo encarnado (João 1:14), a expressão exata do ser de Deus (Hebreus 1:3).
Cristo, portanto, não é uma revelação parcial ou fragmentada como a que veio através dos profetas, mas a revelação completa. Nele, temos o pleno conhecimento de Deus, o que implica que tudo o que precisamos saber sobre Deus e Sua vontade está plenamente manifestado em Jesus.
Exemplo: Quando Filipe pediu para ver o Pai, Jesus respondeu: "Quem me vê a mim vê o Pai" (João 14:9). Isso nos mostra que Cristo não apenas fala em nome de Deus; Ele é a encarnação do próprio Deus.
3. Jesus: Herdeiro e Criador de todas as coisas
A segunda parte do versículo 2 nos dá mais duas informações cruciais sobre Cristo: Ele é “constituído herdeiro de todas as coisas” e “pelo qual também fez o universo”.
Primeiro, ao dizer que Cristo é o herdeiro de todas as coisas, o texto afirma que Ele é o legítimo dono de toda a criação. Tudo foi feito para Ele e por meio dEle (Colossenses 1:16). Essa expressão indica Sua soberania e Sua glória como Senhor de todas as coisas.
Segundo, a declaração de que Deus fez o universo por meio de Cristo mostra que Ele não é apenas o herdeiro da criação, mas também o Criador. Desde o início, Jesus estava envolvido na criação do mundo, participando ativamente no ato criador de Deus (João 1:3). Isso destaca ainda mais Sua divindade e poder.
4. A centralidade de Cristo na fé cristã
O grande ensinamento de Hebreus 1:1-2 é que Cristo é o centro de toda a revelação de Deus e, portanto, deve ser o centro da nossa fé. Não podemos olhar para trás, para os tempos em que Deus falava apenas por meio de intermediários, como se isso fosse o ápice da revelação divina. Agora temos Cristo, o próprio Deus encarnado, como Aquele que nos revela tudo sobre o Pai.
Isso significa que toda a nossa teologia, pregação, e vida cristã devem estar centradas em Cristo. Ele é a revelação final de Deus, e é por meio dEle que podemos conhecer a Deus de maneira plena e verdadeira. Como Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14:6).
5. Aplicações para a igreja hoje
Prioridade em conhecer a Cristo: Em nossos estudos bíblicos e pregações, devemos sempre buscar conhecer mais de Cristo, pois Ele é o centro de toda a revelação divina. Não basta estudarmos as Escrituras como um fim em si mesmas; devemos ver como cada parte da Bíblia aponta para Cristo e Seu papel redentor.
Confiança na revelação final de Cristo: Não precisamos buscar novas revelações ou experiências místicas para conhecer a Deus. A revelação final e suficiente já nos foi dada em Cristo. Através de Sua vida, morte e ressurreição, temos tudo o que precisamos para nos relacionar com Deus.
A centralidade de Cristo em nossa vida: Se Cristo é a revelação final e completa de Deus, então Ele deve ocupar o lugar mais alto em nossas vidas. Ele é o Criador, o Herdeiro e o Redentor. Nosso compromisso e adoração devem ser voltados completamente para Ele.
Conclusão
Hebreus 1:1-2 nos ensina que, em Cristo, Deus nos deu a revelação final e completa de Si mesmo. Ele é o cumprimento de tudo o que foi revelado no Antigo Testamento e é Aquele por meio de quem podemos conhecer a Deus de forma plena. Que possamos sempre colocar Cristo no centro de nossas vidas e ministérios, reconhecendo que, em Sua pessoa, temos a perfeita e final revelação de Deus.
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